sábado, 23 de janeiro de 2010
Carmen Cristal
Quando te olho, vejo em teus olhos
Uma grande tristeza!...
Nas feições endurecidas,
O quanto já sofreste na vida...
Teus paços, que um dia foram ligeiros,
estão lentos, trôpegos,
com o peso de tantos anos vividos,
impiedosamente
acumulados sobre teus ombros
tão enfraquecidos pela idade...
Pelas dores que vieram tirar tua paz!...
Mas eu e tu sabemos
que nada é mais dolorido do que o abandono,
mais triste do que ter sido deixado de lado,
confinado em uma "Casa de Repouso" qualquer...
Descartado como um estorvo,
confinado como um criminoso!...
E o que tu fizeste foi trabalhar,
entregar tua juventude aos filhos, aos netos...
E hoje estás só em meio a estranhos!...
Sinto uma enorme dor no peito!...
Quisera que fosse diferente,
que, ao invés da lágrima que vejo
rolar por tua face cansada,
eu visse um sorriso de alegria!...
Não posso mudar os fatos!... Mas,
querido Idoso, por minha paixão pela poesia,
por tua importância na evolução da humanidade,
com minhas rimas tristes, eu te abraço,
te homenageando pelo que és,
o alicerce da família,
amor incondicional...
Um anjo!... (pai, mãe, avô, avó)
que um dia embalou e zelou pelos seus
e que hoje, com um olhar triste,
na solidão
que deveria ter sido preenchida com amor,
espera pelo derradeiro fim...
A idade te venceu mas ainda és exemplo,
força e sabedoria, parte da história,
Visão do amanhã para quem te percebe,
e que um dia, se Deus permitir,
alcançará teu tempo...
23/01/2010
03h48min
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