Plantando Flores

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Desistir nem imaginar
Não me peça para estancar
Prosseguirei teimosamente a plantar
Ainda que tudo seja arrancado
Acredito na energia do amar
Onde não há sentimento trancado
Do amor que não quer só para si
De todo ato que sorri ao dividir
Do querer, sem espaço para o egoísmo
Da paixão que não aprisiona, é só lirismo
Da liberdade com asas de grande envergadura
Onde não haja razão para amargura
E amanhã todos vamos colher
Nas flores o mais sublime aroma
Extraindo com amor da tenra plantinha
Que mal iniciou no solo o seu fixar
Já externando a todos sua sensibilidade
Porém esmagada ao ser arrancada pela insensibilidade
De quem não habita a fortaleza da amizade
Mesmo assim, insisto, continuarei a plantar
Saiba que viver sem flores, é não entender
A piada mais gostosa, a crônica mais deliciosa
Não perceber a delicadeza de uma rosa, de outra flor
É olhar para o arco-íris e não enxergar nenhuma cor
Assim ter na vida cenário em preto e branco
Como a face da melancólica em comparação
É não distinguir o carinho e a emoção
Do insípido e gélido esbarrão
De um afável encontro cheio de paixão
Recheado por um forte e carinhoso abraço
Selado por um meigo e doce beijo
Eternizado pelo odor de belas flores
Concretizado num encantador buquê
E assim prossigo tentando ser um floricultor
Pois sem dúvida creio no amor.

Lúcio Reis

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